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quarta-feira, 24 de outubro de 2012

CENTRO CULTURAL DO CETEP BARRETO

CENTRO CULTURAL DO CETEP BARRETO

RECEBE CIA DE DANÇA CONTEMPORÂNEA DA UFRJ


Arte para superar limites


A bela poesia do professor Marcos Guayba em homenagam ao nosso Espetáculo Tessitura.


TESSITURA
Marcos Guayba

O que se tece quando o homem dança?
Quando dança a mulher e a criança que em todos dança?

Tecer a vida é nossa paixão.
Tecidos pela música, desenhamos no ar.
O apelo de Sofia de tudo dançar.
Berrando com o corpo nosso anseio de amar.
Forjado nessa arte que faz o luto dançar.

O devir louco movendo o por vir do dia.
Como uma farpa arrancada à musica.
Como uma harpa tocada pela musa.
Dançando como se tecesse do amor o fado.

E também tecedor da ternura,
que tece no pano delicado a urdidura
De um mundo imenso na candura.
De uma paixão ávida sem usura.

Mas nas tramas do movido,
barreiras quase intraduzíveis,
compõem o cenário do puído,
onde amores indisponíveis
rasgam o pano já urdido.

A entretecida vitória do amor,
É a fortuna do linho já tecido,
Que orna a mão do tecedor,
Com a jóia do envido.

Toda intriga é desordem,
 Toda vida é tecelagem.
Todo caos é um badalo,
Mas no amor eu me embalo.

O primevo sempre avança,
desde a fera que se apossa,
da beleza do que possa
transformar-se em outra bossa.

No salão da liberdade
Soa a música da saudade,
 De uma nova humanidade
Em nós como herdade.

O espetáculo é como uma rua,
Além desta dança que é nua.
Agrega a si como uma lua,
O antigo e o que continua.


A tecedura e a tessitura
são os fios da indumentária.
Deste  fazer que é ternura
Desta vida que larvária.