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domingo, 19 de setembro de 2021

Meus ídolos são os professores.

Em homenagem ao Centenário de Paulo Freire




Em 27 de agosto de 1996, a Universidade Federal Fluminense (UFF) concedeu o título de doutor honoris causa, ao nosso grande educador Paulo Freire. Naquele dia eu estava lá no auditório da UFF e me lembro de três pessoas em especial: o Prof. Paulo Freire, a Profa. Felisberta, que era a diretora da Faculdade de Educação da UFF e a Profa Lia Faria, Secretária Estadual de Educação naquele período. 


Não me recordo se os professores estaduais estavam em greve, mas no momento do discurso da Secretária de Educação, alguns deles na plateia começaram a se manifestar de forma muito intensa. Por causa daquela manifestação, a secretária solicitou que a guarda municipal entrasse no palco para lhe "proteger". Ao olhar para trás e perceber a entrada dos guardas, a professora Felisberta demonstrou sua indignação com a atitude da secretária, seu respeito aos professores na plateia e exigiu a saída de todos eles. Paulo Freire, o convidado de honra daquela noite, observava toda movimentação com leve sorriso no rosto e, em seu discurso, ressaltou a importância de todos que lutam por melhores condições de trabalho no magistério, mas também declarou seu amor e admiração por sua esposa Nita (como ele se referiu na época).

Logo após o evento, a UFF organizou um jantar para Paulo Freire. Ao chegar um pouco atrasada ao restaurante Solar do Jambeiro, todas as mesas estavam lotadas e a única mesa com lugar disponível era justamente a que Paulo Freire estava sentado, com sua esposa, Profa. Felisberta, entre outros professores. Sem acreditar na sorte que tive, fiquei paralisada e muito emocionada também. 

O tempo todo só fiquei observando a alegria daqueles professores naquela mesa. Mesmo muito timida na época, não desgrudei meus olhos da conversa animada entre Paulo Freire e a profa. Felisberta. Eu já com 26 anos de idade estava ali feito adolescente diante de um ídolo pop, encantada com aquela oportunidade. Um dado momento do jantar, como todo bom e atento professor, ele percebeu meu encantamento e mandou um beijo pra mim com uma das mãos, eu retribuí da mesma forma e jamais esqueci aquela noite tão especial. O corpo fala de verdade e, aquele pequeno gesto, comunicou muita grandiosidade. Meus ídolos de fato são os professores.

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