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segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Filho, amor eterno


   Às 18h03min do dia 30 de novembro de 1998, dei à luz por parto natural a um menino de 51cm e 3.525 kg, João Vítor. O nome foi sugerido pela avó paterna dona Luzia e adotado por nós.O parto de primeiro filho, em geral, tem um processo mais longo e assim foi, mas João (ou JV, como o chamo) veio ao mundo sem maiores problemas, chorou e logo começou a mamar cheio de disposição. Com leite materno exclusivo, o amamentei até os seis meses de idade, depois junto com outros alimentos foram por dois anos completos. O cuidado com bons alimentos para saúde dele sempre foi uma preocupação.

    Desde cedo João sempre participava dos encontros sociais, além de frequentar constantemente os campos de futebol comigo, para assistir a participação do pai como jogador. Naqueles locais, corria e brincava com bola sempre muito à vontade. Creio que essa experiência na infância, o influenciou a desenvolver sua paixão por futebol e pelo time do flamengo. E assim, de escolinha em escolinha de futebol e natação, João seguiu no campo esportivo.

    Posteriormente na escola sempre esteve envolvido com as competições, sempre participava de diversas modalidades e se destacava como um jogador aguerrido e cheio de energia. Nesse aspecto, João se assemelhava ao pai, porque nunca gostei muito de competições esportivas, mesmo sendo da área de educação física, o incentivava pouco. No entanto, o deixava livre para escolher aquilo que desejava fazer na vida. Desde que os estudos também fossem levados a sério.

    E dessa forma, João estava conquistando seu espaço. Na escola sempre foi um aluno mediano, que nunca demonstrou dificuldades de aprendizagem. Ao terminar o ensino médio, cogitou viver apenas de sua segunda paixão: a música. Na música ele recebeu minha influência, mas foi muito além de mim, apresentando-me lindas canções da minha juventude e adolescência. Autodidata na música tocava diversos instrumentos e trazia a energia de músicas incríveis em casa. Sonhava em ser atleta e músico, eu dizia que essas duas coisas ele já era e só precisava estudar mais, não só para ter uma profissão, mas principalmente para abrir a sua mente. E foi orientado por mim a frequentar qualquer curso de nível superior, para que ele amadurecesse como pessoa e ampliasse suas ideias, reflexões e pensamentos.

    Para nossa felicidade, João começou a cursar licenciatura em biologia, na Universidade Federal Fluminense. Ao ingressar na universidade, começou a perceber que o mundo iria muito além do seu ciclo de amizade e família. No curso de biologia, começou a se encantar por metabolismo celular, uma grata surpresa para mim porque também foi um dos meus encantos na faculdade de educação física. Pensava que apenas temas ligados ao meio ambiente seria atrativo para ele, já que escolheu o curso de biologia por esse motivo.

    No entanto, um distúrbio do sono que parecia simples e corriqueiro tirou a vida do João. O sonambulismo interrompeu a vida de um jovem, que estava apenas começando a se encontrar como pessoa e profissionalmente.  Inclusive no futebol, onde iria realizar seu grande sonho de treinar em um time de Portugal. Sua viagem estava marcada para dois dias depois da fatalidade, que o levou de nós. Tudo organizado, tudo preparado para ele viajar, mas da extrema alegria caímos na extrema tristeza, com sua passagem aos 21 anos de idade.

    João teve uma infância feliz, ativa, tranquila e se tornou um rapaz sempre amado e admirado não só por mim como mãe, mas também por aqueles que convivia e compartilhava sua energia e alegria de viver. Com minha irmã e ao meu cunhado João era cuidado como filho deles também. Para o irmão e minhas sobrinhas sempre foi e sempre será uma referência de como viver intensamente de forma alegre, honesta e plena. Para o pai o eterno Greguinho. Para mim o amor eterno, que cultivo diariamente até o fim dos meus dias aqui, com a missão de honrar sua existência e alertar outras famílias sobre o sonambulismo.

    Alertem seus amigos e familiares, porque o sonambulismo dele era leve e mesmo assim o tirou de nós.

A Tatuagem no abdomem é traduzida por
ESTRELAS DO AMOR ESPALHADAS COMO FLORES
A mesma agora é capaz de traduzir João.





4 comentários:

  1. Dindinha vai te amar para sempre!!!Siga em paz meu filho do coração!!!! Amiga obrigada por me confiar um dos seus maiores tesouros!!! Te amo💔

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  2. Triste, e não há palavras para amenizar a sua dor e tbm a nossa , pois qdo uma mãe perde um filho, todas perdemos tb, pois como mãe, nos colocamos no lugar de qm perdeu o filho
    Mas desculpe a pergunta, qdo vc disse q ele foi vítima de sonambulismo, foi queda?

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  3. Minha querida cunhada, palavras não amenizam a dor da perda de um filho, restando a saudade, que é tão grande.
    No entanto, ter um filho como João foi a grande missão que a vida lhe reservou, digo até, que foste privilegiada em tê-lo como filho, pois, ele lhe deu alegrias, carinho, atenção, filho amoroso, de uma educação e respeito com o próximo incomparável. João se foi e deixou a nossa admiração como sobrinho educado, de uma simplicidade que me tocava o coração. Viva essa saudade com a cabeça erguida e sabedora que vc cumpriu o papel de mãe com primor, amor, atenção, proteção, e recebeu o privilégio de ter tido um filho como João. Amo vcs. Deus os abençoe

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  4. Usando suas palavras fez sua passagem aos 21 anos, nosso espírito é imortal, ele está no no lugar onde um dia vcs irão se reencontrar.
    Bjs. Estamos aqui para aprender, ensinar e amar e um dia voltaremos para nossa verdadeira casa.

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